É a 5 de dezembro que em todo o mundo
(pelo menos nos países que vivem em democracia) se celebra o Dia Internacional
dos Voluntários (ou melhor, Dia Internacional dos Voluntários para o
Desenvolvimento Económico e Social dos Povos), que se celebra desde 1985, fruto
de resolução que as Nações Unidas tomaram no mesmo ano.
É comum as pessoas associarem o
trabalho voluntário à ideia de que alguém em situação social ou económica tida
como superior, se dispõe a ajudar pessoas ditas como inferiores, carentes e
necessitadas de ajuda. É normal que haja gente que pensa assim. Até porque são
inúmeras as situações em que a vertente paternalista, caridosa (no sentido incorreto
do termo), assistencialista e subjugadora, está presente nesta atividade que
afinal é de nobreza elevada. Também é comum os voluntários serem considerados
agentes de perturbação do emprego, de impedimento do exercício de direitos que
a outros pertencem ou usurpação de bens e serviços que se destinam a outros.
Mas o trabalho voluntário e cada ato
voluntário, é algo bem mais profundo e sensível. Estender-se as mãos ao
próximo, ao semelhante, é um ato que exige coragem e disposição para o
compromisso, na doação de tempo e talento, generosamente, que pode e deve ser
entendida como real solidariedade, aquela que não espera nada em troca. É um
ato que exige que enfrentemos as nossas próprias fraquezas e limitações; e que
demos passo em frente em relação ao outro, na promoção do seu bem-estar, da sua
qualidade de vida e da sua felicidade.
É diante e conscientes das suas
próprias fraquezas, que os cidadãos que se atrevem a ajudar, querem também eles
se sentir melhores, curar as suas próprias feridas e superar as suas
limitações, como quem, diante de uma grande onda, não recua, mas mergulha. A
prática do voluntariado dá saúde e bem-estar. É bom para quem é ajudado e para
quem ajuda.
Como diz a Lei 71/98, o “Voluntariado é o conjunto de ações de
interesse social e comunitário realizadas de forma desinteressada por pessoas,
no âmbito de projetos, programas e outras formas de intervenção ao serviço dos
indivíduos, das famílias e da comunidade desenvolvidos sem fins lucrativos por
entidades públicas ou privadas.”
Que a efeméride seja mais uma vez e
realmente, um alerta e um apelo (diga-se mesmo, desesperado), a quem quer e não
pode; e a quem pode e não quer, ser agente do modo mais sublime do exercício da
cidadania: a prática do voluntariado.
Pela democracia e por uma cidadania ativa e responsável… Sejamos Voluntários!
Entroncamento, 5 de dezembro de 2018
Banco Local de Voluntariado do
Entroncamento