PARTICIPAÇÃO PÚBLICA em SAÚDE


8 de fevereiro - Discussão na Assembleia da República da

Petição pela Carta da Participação Pública em Saúde

Chegou o momento da discussão na Assembleia da República da Petição pela Carta para a Participação Pública em Saúde! A apreciação pelo Plenário terá lugar no dia 8/fev (6.ª feira), pelas 10h.

A Associação Voluntariado e Ação Social do Entroncamento, é signatária da Carta e também vai lá estar.

Todas as pessoas com ou sem doença – incluindo os seus representantes – têm direito a participar nos processos de tomada de decisão em saúde, estando o aprofundamento da democracia participativa e o incentivo à participação democrática dos/as cidadãos/ãs, assim como a gestão participada do SNS, consagrados na Constituição da República Portuguesa.

No entanto, as pessoas com ou sem doença e seus representantes, não só têm o direito de ser envolvidos, como o seu contributo é relevante e necessário, porque têm um conhecimento experiencial único sobre o sistema de saúde, os cuidados de saúde e a doença. Neste contexto, as organizações de pessoas com doença, utentes dos serviços de saúde e/ou consumidores têm também um importante papel na representação e defesa dos direitos e dos interesses dos seus membros.

A participação pública reforça a legitimidade, a transparência, e a responsabilidade do sistema de saúde. Por outro lado, responde também ao objetivo de adequar e alinhar a política e a prestação de cuidados de saúde, de acordo com as prioridades e necessidades não satisfeitas das pessoas e com as preferências individuais e coletivas, aumentando a qualidade dos processos de tomada de decisão em saúde. Desta forma, a participação das pessoas com ou sem doença e dos seus representantes na tomada de decisão contribui para: i) a orientação do sistema de saúde para a pessoa com ou sem doença, ii) a qualidade, aceitação e eficácia das políticas e programas de saúde, iii) a obtenção de melhores resultados em saúde, iv) a melhoria e o aumento da aceitabilidade das decisões, v) a melhoria da comunicação entre o sistema de saúde e cidadãos/ãs, vi) o reequilíbrio da relação entre oferta e procura, vii) a valorização da responsabilidade e autonomia do/a cidadão/ã, viii) a definição de políticas de saúde e de prioridades, ix) o favorecimento do envolvimento nas atividades de promoção da saúde, x) a legitimidade das decisões sobre questões complexas referentes tanto à avaliação custo-efetividade de determinadas intervenções como aos dilemas éticos colocados pelas inovações tecnológicas.

Várias entidades, como o European Patients’ Forum (EPF), a International Alliance of Patients’ Organizations (IAPO), a Active Citizenship Network (ACN), o Conselho da Europa, a Comissão Europeia, a Organização Mundial de Saúde (OMS) ou a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) têm vindo a defender a necessidade de assegurar a participação pública no âmbito dos sistemas de saúde. São também vários os exemplos de iniciativas no sentido de promover uma maior e melhor participação na tomada de decisão em saúde, tanto a nível da União Europeia, como dos Estados Membros e também fora da Europa.

Em Portugal, tanto o Plano Nacional de Saúde (PNS) 2004-2010, como o de 2012-2016 e a revisão e extensão a 2020, contemplam o envolvimento e a participação nas decisões como um direito dos/as cidadãos/ãs, e como uma das estratégias chave a implementar para maximizar os ganhos em saúde. Salientam ainda a responsabilidade e o importante papel que as organizações de pessoas com doença, utentes dos serviços de saúde e/ou consumidores têm na representação dos interesses destes, no seu envolvimento e na promoção da literacia, da capacitação e do empoderamento dos seus membros. No entanto, embora existam já algumas iniciativas institucionalizadas de participação na área da saúde em Portugal, a OMS tem vindo a reiterar que essa participação se tem revelado seletiva e insuficiente, recomendando um envolvimento mais eficaz das pessoas com ou sem doença na decisão em saúde (i.e., mais precoce e em diferentes momentos, mais abrangente e mais consistente), incluindo no âmbito da atividade governamental.

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08 fevereiro 2019